*advertência **
Todos os textos e imagens deste blog são de autoria do seu proprietário, exceto aqueles cuja autoria esteja explicitamente indicada, e são protegidos pela lei de direitos autorais. A divulgação não comercial será tolerada, desde que citado o autor e a fonte.
Idêntico tratamento espero receber das pessoas físicas e jurídicas proprietárias de imagens ou textos utilizados neste blog, às quais, caso não concordem com o uso nestas condições, asseguro o direito de solicitar que sejam retirados.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Fichamento *

A ENCENAÇÃO CONTEMPORÂNEA

COMO PRÁTICA PEDAGÓGICA


O conceito de encenação global aqui apresentado refere-se ao processo criativo que leva o uso da imagem como pré-texto para a performance, nesse caso, Koudela destaca o “modelo de ação” como objeto de estudo na construção desse texto que sofre uma imensa influência das teorias, crítica e pensamento de Brecht e seu teatro épico.


A prática pedagógica é conduzida no texto pelo discurso sobre o desejo do ator de querer estar vivo em cena com atitudes inusitadas de um corpo que reage a todos os acontecimentos, ou não, este desenvolvimento é o modelo para uma ação dramática que terá desfechos inusitados mesmo sendo aplicados repetidas vezes numa mesma turma de alunos/atores. O aluno/ator aqui constrói sua linha de raciocínio lógico e criativo, teórico e prático a partir de experimentações utilizando memórias e elementos pessoais. As atitudes experimentais ilustram esse fazer teatral que é previsível nos seus resultados, porém não nas suas formas.


O teatro épico se faz de alimento para a construção e realização da encenação dramática sugerida no texto de Koudela que busca a síntese de cada ator se fundindo com elementos cênicos como iluminação, sons, cenário e silêncio para completar o projeto com impacto.


A estrutura dramática tem como base o imprevisível, esse elemento conduz toda a narrativa, a ação é realizada através do “susto” com imagens apresentadas expontaneamente e que representam a sociedade, o ambiente e suas relações. Como numa ilustração ou fotografia, um universo pronto que envolve um determinado tema em especial é apresentado como palavra-chave que deve instigar o início para a encenação, conforme os atores vão reagindo, essa mesma imagem vai se ampliando e se desconfigurando, todos os seus elementos gráficos vão sendo destrinchados, a leitura se aprofunda, ganha descrição detalhada e densa. Nesse jogo, Ingrid Koudela descreve um experimento realizado com o uso da imagem “Grandibus exigui sunt pisces piscibus esca”, desenho de 1557 feito pelo artista Peter Brüeghel. A autora se mostra satisfeita com tal escolha pois Brüeghel pois tal desenhista era também um ator intérprete, um copista que ilustrava a sociedade que vivia e que traduzia em forma de desenhos e pinturas exercitadas ao lado do pai que também era pintor. Brüeghel, assim como Brecht, esmiuçavam a sociedade, exercitavam o questionar ao redor dos assuntos mais comuns e inusitados, criavam perguntas que provocavam incômodos com o propósito deles próprios investigarem as respostas interagindo com o universo imaginário, tais pesquisas resultavam no fazer criativo. Nessa pesquisa, a autora deixa claro que tais estímulos criativos podem ser diversos (textos teóricos, assim como letras de músicas, poesias, pequenos objetos ímpares), todos eles podem ser utilizados como elementos para os jogadores/atores pois tudo isso remeterá às mesmas perguntas, sempre instigadas pelo professor/diretor: O que vocês estão vendo? Onde? Aqui? Mais acima? E aqui?... É importante salientar que tal jogo deve ser iniciado com a observação silenciosa e particular da imagem, texto, objeto... O seu conteúdo pessoal será de grande valor para a interpretação e construção do texto cênico individual e coletivo.


Fichamento feito por Priscila Pimentel

sobre o texto de Ingrid Dormien Koudela

Nenhum comentário:

Postar um comentário