PAREYSON, Luigi. Estética – Teoria da Formatividade. Tradução de Ephraim Ferreira Alves. – Petrópolis – RJ: Vozes, 1993
FICHAMENTO
O processo do formar se baseia no experimento acertado, porém não definido.
A formação da obra de arte exposta nesse texto explora o processo da produção e da forma sem definições, Pareyson vai além da teoria filosófica que procura significados e funções a partir da intuição e expressão.
A obra de arte respira e dialoga com o seu criador utilizando a linguagem livre de significados fixados a partir do seu modo de fazer. As constantes tentativas que visam driblar as regras fixadas nos objetos, apresentam o real modo de fazer que foge da situação comum e cômoda. Quando o modo de fazer recebe as condições para o seu aprofundamento, simultaneamente atingimos o fazer que conceitua o resultado final.
Pareyson também esclarece as ligações entre êxito e regra. O processo de experimentações exige um segmento de início, meio e fim, uma regra estabelecida porém que nem sempre levará ao êxito imaginado, mas que nem por isso deixará de ser um êxito, e é nesse ponto que a análise filosófica se perde por instantes pois o caminho livre se esbarra em outras referências até então não pensadas e insights movidos por experiências outras, essa é a invenção do modo de fazer com características artísticas.
O texto questiona o que pode ser considerado “sucesso” dentro desse processo de tentativas criativas. Um esboço, por exemplo, é um conjunto de ideias estabelecidas por uma estrutura adaptável a uma situação determinada esse esboço mesmo não concretizado, ainda no papel, ele supre as necessidades iniciais levando em conta um início, meio e fim para a resolução do “problema” (necessidade), logo ele atingiu o sucesso. Ele passou por todo o procedimento das tentativas.
RESUMO
O texto apresentado faz parte do terceiro e último momento da coleção que aborda a estética. Nas páginas analisadas, é possível caracterizar o livro como uma espécie de manual sobre como se dá o processo de criação com e sem os resultados planejados, porém sempre seguindo um mesmo procedimento de tentativas que por si só pode ser classificado como sendo um resultado de êxito por ter seu início a partir de uma necessidade desenvolvida através de insights e experiências vividas e estudadas que conduziram a um resultado artístico.
Em 20 subtemas, Pareyson organiza sua linha de pensamento tendo o “inventar” como palavra-chave que move todo o processo criativo que por vez “confunde” algumas análises filosóficas que exploram a teoria das tentativas do fazer artístico, este que por sua vez é um processo técnico e criativo ao mesmo tempo.
Texto: Priscila Pimentel
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