Mês passado tive o prazer de assistir o espetáculo teatral "Favela" da atriz e humorista Thalita Carauta, mas somente agora pude parar para escrever sobre.
Em 70min de apresentação, a atriz conta a história do cotidiano de uma favela. Sempre utilizando muito humor, ela se apropria de quatro personagens comuns para compor o “stand up”: Clarete (uma vendedora de calcinhas sensuais, barraqueira e escandalosa); Dona Santinha (uma coroa extremamente religiosa e espaçosa); Fininho (o chefe da boca de fumo da favela, vesgo e brigão) e Janete (uma radialista que dá conselhos sensuais para as mulheres, personagens mais famosa, conhecida pelo programa “Zorra Total”).
Os elementos cênicos são os mínimos possíveis, típico show de piadas. A cenografia é feita por uma mesa de ferro comum em bares, 1 cadeira também de ferro, um suporte gradeado para prender calcinhas como se fosse um mostruário para vendas, um pedestal com microfone e um tonel de ferro onde fica todo o figurino. Todos esses elementos ficam organizados lado a lado no centro do palco. A iluminação defini os 4 momentos da peça, todos os 70min de show são iluminados de forma igual, sem maiores efeitos, uma luz branca, provavelmente de refletor PC (plano convexo, utilizado para luz geral pois se manifesta numa luz mais equalizada) somente, que ilumina todo o grande centro do palco. Ao concluir uma personagem, é dado o black para a atriz trocar de figurino e incorporar o personagem seguinte. Todo o figurino foi retirado do cotidiano de uma comunidade humilde qualquer, calcinhas extravagantes, bermuda curta, blusão, sandália de dedo, gorro...
O espetáculo começa com a favela amanhecendo e a vendedora de calcinha tentando ganhar fregueses, em seguida o dia corre com a religiosa pregando e o chefe do morro curtindo um churrasco, por fim o dia termina com a radialista Janete lendo as cartas das ouvintes e respondendo no microfone de pedestal, nada de extravagante. Também não há maquiagem especial, o rosto da atriz é nu, facilmente podemos perceber a oleosidade realçada pela luz do refletor, efeito proposital pois trata-se de personagens da rua.
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