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quarta-feira, 16 de abril de 2008

O que está acontecendo com as artes visuais hoje?!


Quem me conhece sabe o quanto sou crítica e analítica, defendo severamente a arte acadêmica como base maior para a educação de um artista em se tratando de técnica, química, suporte, disciplina,... Acredito que o período conhecido como Pós-Guerra foi o marco para uma “liberdade artística descompromissada”, liberdade esta que me aproprio aqui para comentar. Robert Rauschenberg (1925) que, juntamente com Johns, liderou a ruptura nas artes plásticas disse “Se a arte não é surpresa, não é nada.” (?!) Vamos guardar essa frase. Agora analisemos o seguinte fato: Certa manhã de maio, quando ele (Rauschenberg) acordou inspirado para pintar, mas não tinha dinheiro para comprar tela. Encontrando em seu quarto um velho edredom, colocou-o no esticador de tela, junto com seu travesseiro, e sapecou tinta. Embora as indignadas autoridades italianas se recusassem a expor a obra entitulada (“Cama”), o artista considerou “um dos quadros mais simpáticos que pintei. Meu medo era que alguém quisesse se deitar nele”. Agora eu me pergunto: Que surpresa ele causou?!... Várias! Rauschenberg chocou um público que não estava acostumado a isso. Ele conseguiu o que queria, e eu reconheço o mérito dele. Contudo, em se tratando das artes plásticas como uma ciência que ela é, o que aconteceu com esse trabalho intitulada “Cama”?! Aconteceu, a meu entender, que ele se apropriou de uma manifestação espontânea comum á todos nós e adaptou ela para um trabalho artístico sem que para isso tivesse realizado um estudo prévio, tivesse uma linha de pesquisa nisso, esboços, testes, referências,... Não estou afirmando, com isso, que seja obrigatório/fundamental que se realize estudos prévios e que se tenha uma linha de pesquisa. Arte é uma atividade livre mesmo, mas devemos tomar cuidado quanto às demais características que definem oq eu é arte: tema, técnica, suporte, materiais, cores, formas, odores,... e até mesmo local a ser exposto. Quem acompanha e freqüenta exposições de artes visuais tem observado essa “liberdade descompromissada”, alguns com o mesmo olhar crítico-severo que o meu. Claro que não irei citar nomes, até porquê muitas dessas exposições pertencem à amigos e conhecidos meus, contudo, separando os laços de amizade da análise profissional, acredito que ultimamente o que se tem visto nas galerias de arte da Bahia são trabalhos que mais parecem grandes improvisos harmoniosamente agrupados numa superfície qualquer, é tudo igual e repetitivo que chega a cansar os ânimos, é no fundo tudo uma grande repetição de resultados. Ainda no exemplo do norte-americano Rauschenberg,a autora Carol Strickland fala “Rauschenberg geralmente comprava tintas sem rótulos em promoção em lojas de ferramentas. Nunca sabia que cor iria usar até abrir a lata.” (livro “Arte Comentada”, capítulo “O século vinte e além: arte contemporânea). Essa Arte Pré-Pop aqui comentada, começou longe das correntes tradicionais numa atitude de autodefinição, e como todos, ou quase todos os “movimentos radicais”: ou a gente ama, ou a gente odeia!...e eu nem comentei a respeito da questão do ridículo na obra de arte. Isso é assunto para outra postagem nesse blog!
por Priscila Pimentel



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