A época contemporânea está passando por uma fase muito delicada de incompreensão, seguida muitas vezes por idéias perigosas e vazias de sinceridade. Seus autores proclamam com palavras uma teoria artística que de fato não vai além do campo puramente intelectual e que vem sendo propagada há muito anos, sem no entanto, conseguir o efeito desejado. Os mais responsáveis por esses movimentos, tendo em suas mãos elementos de propaganda, não conseguiram implanta-los totalmente; essas idéias de reforma artística, pensa a maioria e, com justa razão, só pode provir da verdadeira arte que é aquela que tem por finalidade de extrair da realidade os motivos em vista.
A figura humana tem sido um meio de expressão das manifestações artísticas, principalmente nas artes plásticas, se manifesta com o motivo maior de nossas emoções, quando por ela procuramos representar e fazer admirar suas formas, que empolgam a todos pela anciã de transportar para a tela, representando-a de maneira a demonstrar o que chamamos de predicados reais da arte, cujos elementos principais são conseguidos dentro de um critério que defina a aproximação cada vez maior do real. Justamente por esses motivos esta beleza se torna ainda mais bela.
Somos de opinião também que devemos representar o que a natureza tem de feio, de bonito, de humano, pois desse modo completará o verdadeiro sentido da arte, porquê mais se aproxima da realidade que tem por objetivo se tornar mais exata, possuindo conteúdo humano ainda mais sentimental. Ligando esses elementos teremos então a pintura ideal de nosso tempo.
Nos tempos que correm estamos passando por uma fase muito delicada de realizações artísticas. Notamos a indecisão da juventude que ouve opiniões mais desencontradas dos homens que não tiveram uma princípio de educação pictórica convencional. Os jovens de contínuo tem teorias intelectuais que lhes trazem confusão, desacreditando a maneira honesta de orientação.
Os mestres de hoje, prejulgados verdadeiros gênios da arte, impingem-se valores, protótipos orientadores sem que, durante a vida dos de idéias puramente intelectuais a desviarem os jovens que enveredam pelo caminho verdadeiro da arte, ou melhor, das artes, ou da verdadeira arte.
Seguir a evolução de idéias descabidas provocadas pelos criadores de confusão, é enfraquecer os que ainda acreditam na união sincera dos povos; uma união tão necessária na época presente, que deve ser conseguida num ambiente de paz e de justiça e de compreensão humana. Devemos resolver os problemas recíprocos sem ambição de domínio, político ou comercial, mirando unicamente o bem estar geral, num mútuo auxílio, para que possamos crescer, prosperar dentro da fraternidade e progresso, fazendo a vida melhor. Entusiasmado pelo “meio ambiente” da época que foi e tem sido causa dominante e vem imperando em todos os movimentos do progresso e mesmo de regresso, pois tanto pode concorrer para um “meio” de confiança, pçrovocando neste caso uma evolução sincera, consciente, ou poderá provocar também a anarquia e desordem, tanto social como artística.
O texto acima é um apenas trecho escrito pelo prof. Emídio Magalhães na introdução de sua tese (Considerações Sobre Pintura- História, Técnica, Princípios) apresentada à Escola de Belas Artes da UFBA em concurso ao título do Docente Livre de Desenho Artístico de 1962. Um texto antigo, porém bastante atual que eu tive a honra de poder ter acesso na biblioteca da própria UFBA, texto forte e direto. Acredito que isso esteja acontecendo ainda no campo das artes, e lamento por saber que isso não é algo recente, contemporâneo a mim.
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