*advertência **
Todos os textos e imagens deste blog são de autoria do seu proprietário, exceto aqueles cuja autoria esteja explicitamente indicada, e são protegidos pela lei de direitos autorais. A divulgação não comercial será tolerada, desde que citado o autor e a fonte.
Idêntico tratamento espero receber das pessoas físicas e jurídicas proprietárias de imagens ou textos utilizados neste blog, às quais, caso não concordem com o uso nestas condições, asseguro o direito de solicitar que sejam retirados.

sábado, 28 de junho de 2008

Diversidade Cultural

No campo das antropologias não-biológicas (etnologia; antropologia social e cultural), há uma diversidade de abordagens. A noção de cultura é básica para se compreender os movimentos pelos quais passou esta disciplina, inicialmente parte da Antropologia (geral, sem distinções) do início do século XIX, e que pretendia abordar todos os aspectos das questões acerca da diversidade humana.
O mesmo debate que, na Antropologia Física (biológica) substitui o conceito de Raça pelo de População, desde meados do século XIX até meados do Século XX, ocorreram no âmbito da Antropologia de cunho mais social, em que a diversidade humana transitou pelos conceitos de Raça; Etnia e Cultura. E se confunde com a própria história da disciplina.
Para uma visão mais abrangente, resumirei antes de entrar no assunto específico do conceito de cultura e o debate entre este conceito e o de raça, enfocarei outra questão importante, que diz respeito à história da antropologia.Por influência do darwinismo, no início da antropologia social, o projeto de dar conta da diversidade cultural levou naturalistas e historiadores a debruçarem-se sobre os relatos de viajantes; exploradores e administradores coloniais que falavam sobre “as exoticidades” das sociedades “inferiores”; incivilizadas; simples, em relação a uma visão industrial da técnica; e, finalmente, primitivas, por serem mais remanescentes de formas antigas, primeiras, da evolução das sociedades humanas. O relativo isolamento geográfico destas sociedades e povos contribuiu para esta visão. Assim, a Antropologia Social , partindo de questões evolucionistas importantes para os estudiosos do século XIX, ficou vista como “ciência das sociedades primitivas”. Mas com a persistência destas sociedades em resistirem até a atualidade de forma bastante diferente da tradição européia, colocou um problema crucial para esta visão evolucionista e etnocêntrica da diversidade humana. Este fato motivou variações ao longo da história da disciplina e de seus conceitos. Os antropólogos voltaram-se, a partir dos próprios resultados das pesquisas nestes povos com “culturas diferenciadas”, para sub-grupos ou sub-culturas no interior das sociedades “complexas”: os estudos de “comunidades camponesas” de Redford; os estudos voltados para grupos marginalizados nas regiões urbanas até, finalmente, estudos voltados para grupos pertencentes às classes populares e altas da sociedade moderna, culminaram por desembocar em uma análise crítica da visão de mundo ocidental moderna e da globalização, inclusive a da própria cultura científica nas áreas médicas e da saúde pública (cf. Verani, 1990 e 1994; Duarte, et al., 1998; Lupton, 1999; Petersen e Bunton, 2002).
Voltando ao conceito de cultura, algumas das principais correntes teóricas que influenciaram variações do mesmo são: o evolucionismo e suas influências no difusionismo e na sociologia francesa de Durkheim e Mauss; o marxismo e a sociologia de Marx Weber; e o estruturalismo de Lévi-Strauss. O funcionalismo inglês e as vertentes culturalistas americanas também se inserem neste campo.
Tylor e Boas foram os que mais enfatizaram o adjetivo cultural ligado à antropologia, em um movimento iniciado na Inglaterra, em início do século XIX, e nos Estados Unidos. Mas na França, com a Sociologia de Comte bem solidificada enquanto disciplina independente das demais Ciências Humanas, Durkheim; Mauss e Lévi-Strauss são autores importantes que vinculam a Antropologia Social à Sociologia, como uma sub-disciplina desta última.
A noção de cultura é o cerne de uma antropologia que separava o determinismo biológico “racial” das manifestações de comportamento aprendidas pelos indivíduos de uma sociedade após o nascimento. Estes aspectos eram considerados então como de ordem “ambiental” no debate das relações entre Raça e Cultura. Para uma revisão dos diversos conceitos de cultura e de antropologia, até à metade do século XX, com suas teorias subjacentes, conferir a coletânea de Shapiro, 1956; Mair, 1965; Copans, 1971; Laraia, 1986. Mas para efeitos didáticos, cito aqui a definição de cultura de Tylor (1871, apud Mair, op.cit.:15-16): Cultura é (...) “conhecimentos; crenças; artes; moral; leis; costume e quaisquer outras capacidades e hábitos adquiridos pelo homem como membro da sociedade.”
Como comenta Mair, esta é mais uma lista de itens do que uma definição ou uma teoria que descreva e explique a diversidade humana.Boas, na América, interessou-se pelas “artes e técnicas”. Na prática, o estudo da cultura refere-se a costumes; maneiras e técnicas tradicionais específicas de uma sociedade. Esta vertente culturalista da Antropologia considerava-se mais próxima da Antropologia Física; da Lingüística; e da Arqueologia. Sua ênfase maior era em descrever e entender a diversidade humana.
Já a outra vertente citada, incluindo o funcionalismo institucional de Malinowiski e o funcionalismo-estrutural de Radcliffe-Brown, considerando-se mais próximo das Ciências Sociais, detiveram-se mais, através do método comparativo, no desenvolvimento teórico de generalizações sobre todos os tipos de sociedades humanas.
Malinowiski, também considerado o “pai do trabalho de campo”, o método privilegiado de estudos etnológicos, enfatizava que os estudiosos deveriam descrever todos os aspectos vinculados numa dada sociedade ao complexo, por exemplo, da função alimentar : técnicas agrícolas; formas de distribuição dos alimentos entre grupos e indivíduos; instituições de trocas (comércio ou circulação de bens); etc. Malinowiski via a sociedade através de uma metáfora anatômica em que na morfologia das sociedades, as instituições cumpriam as mesmas funções que os órgãos e sistemas do corpo humano. A metáfora mecânica de estrutura e funcionamento também influenciou as teorias sobre as sociedades humanas, como no funcionalismo, em que, porém, a metáfora fisiológica predominava. A noção de sistema dinâmico é parte desta influência.
É necessário, não obstante, as diferenças atribuídas ao conceito de “estrutura”. Apesar de utilizado por Malinowiski; Radcliffe-Brown; Evans-Pritchard; e outros, foi com Lévi-Strauss que este conceito, influenciado pelas teorias da lingüística, tornaram-se mais abstratos e ligados a questões mais sociais que a metáforas tomadas de disciplinas como a biologia e a mecânica. Lévi-Strauss, critica e sintetiza a definição de cultura mais utilizada: “hábitos; atitudes; comportamentos; maneiras próprias de agir sentir e pensar de um povo” e enfatiza a “estrutura sub-consciente de pensamento”. Para o estruturalismo de Lévi-Strauss, a diversidade humana não é importante, e sim a similaridade humana de pensamento. Nesta teoria, o conceito de cultura ganha um sentido residual. “Residual, porém irredutível”, como coloca Carneiro da Cunha (1986), em que a identidade de grupo é fundamental na construção da Pessoa Humana.
Para o a antropologia atual, cultura é um sistema simbólico (Geertz, 1973), característica fundamental e comum da humanidade de atribuir, de forma sistemática; racional e estruturada, significados e sentidos “às coisas do mundo”. Observar; separar; pensar e classificar; atribuindo uma ordem totalizadora ao mundo, é fundamental para se compreender o conceito de cultura atualmente definido como “sistema simbólico”, e sua diversidade nas sociedades humanas, mesmo neste período atual de modernidade tardia.
Cibele Verani,
NESPISI/ENSP/Fiocruz

domingo, 22 de junho de 2008

A Noção de Cultura e seus desafios

Neusa Maria Mendes de Gusmão



A noção de cultura é inerente ao campo das Ciências Sociais, particularmente para a Antropologia. A diversidade das formas de viver humanas e a condição essencial do homem como ser cultural, um ser de cultura, é a fonte do debate que através dos tempos, visa superar uma visão biologizante da vida em sociedade e dele fazem parte, as diversas noções elaboradas por diferentes teorias – das mais clássicas às mais recentes. No entanto, falar de culturas, hoje reconhecidamente plural, significa falar de identidades, relações entre grupos e supor que as mesmas encontram-se permeadas tanto por relações materiais de existência, nas quais os homens produzem suas vidas, como por relações imateriais, compreendendo aí o plano simbólico e suas múltiplas formas de expressão desde costumes, língua, religião, crenças, saberes e outros. Um aspecto fundamental consiste na compreensão de que as culturas se fazem como realidades dinâmicas, sempre em processo e que no interior de cada uma, o homem se humaniza e se faz particular, como particular é o modo de vida que constrói como membro de um determinado grupo. Compreende-se que, por pressupor as relações entre homens, a cultura seja também comunicação e, neste sentido, envolva símbolos, códigos e significados que permitem a comunicação entre eles e com outros grupos, antes de mais nada, porque permitem interpretar a realidade atribuindo-lhe sentido. Portanto, a cultura não é somente traços, elementos culturais, mas um todo complexo que exige compreender como é construído, pensado e vivido por sujeitos particulares. Esse o desafio daqueles que buscam compreender o que é e como opera uma determinada cultura, a cultura de um grupo social específico e, em particular, as culturas das chamadas sociedades complexas, sociedades como a nossa, organizada em torno de classes sociais e das relações entre elas. A existência dos mais variados grupos e de grupos que portam características sociais e étnicas diversas, resultantes de contextos históricos determinados, no caso da sociedade moderna, exige compreender que a cultura envolve a produção da vida biológica e social, sua dimensão material e simbólica, bem como, a dimensão de poder entre grupos e entre sociedades. As culturas resultam assim em sistemas simbólicos e operam como tal, tendo por base a experiência humana vivenciada, experienciada e concebida. Mais que fruto do contato entre coisas, as culturas resultam do diálogo do homem consigo mesmo e com o outro diferente de si, parte de uma mesma humanidade, nem sempre vista como tal, posto que são todas, a um só tempo una e diversa, universal e singular. Esta complexidade, pode-se dizer, constitui outro desafio na compreensão de suas formas de expressão e constituição, principalmente quando pensamos sociedades como a nossa em que as relações entre os homens refletem posições de hierarquia e de poder profundamente desiguais. No âmago dessas relações, as culturas são também mediações, pois fazem com que as condições objetivas de vida sejam expressas pelos sujeitos sociais, não pelo que são e representam, mas, pela forma pela qual o próprio real é significado, percebido e interpretado. Cabe assim, aos diferentes grupos sociais, perceber, significar e interpretar a si mesmos em relação ao que vivem e experimentam. Cabe aos que buscam compreender as chamadas culturas modernas, questionar o campo político das relações entre sujeitos, para então compreender-lhes os muitos significados e os significados em jogo naquilo que seus sujeitos expressam. As culturas são também, expectativas e sentimentos que chegam a nós, não somente verbalmente, mas por meio de imagens, impressões, movimentos corporais, gestos e tantos outros processos. São assim, imediatamente linguagem não restrita às formas verbais, expressas pela oralidade e pela escrita. As culturas envolvem, portanto, modos de ser, fazer sentir e pensar que dotam a vida de significado, dando-lhe sentido e razão. Ordenam e organizam a vida social, mas de modo profundamente dinâmico, não fixo e cristalizado. As culturas enquanto prática simbólica e estruturas de mediação, constituem um campo político de muitas possibilidades, já que envolvem seletividade, ideologia e mudança; envolvem o espaço político das relações entre os homens, implicando em relações de poder vigentes para cada grupo e sociedade, embora não se confundam com esses processos. Por tudo isso, pode-se afirmar a impossibilidade de se definir de modo único e total, um conceito de cultura, principalmente ao se tratar de sociedades complexas. Da perspectiva assimilacionista do passado à perspectiva atual de conflito e contradição, pode-se dizer que a Cultura é hoje, a um só tempo expressão simbólica e mediação e como tal insere-se no campo político das relações humanas envolvendo mecanismos práticos e ideológicos de viver e construir a vida, dada por relações concretas, historicamente determinadas e, é ainda, marcada por relações de poder. É por isso que se diz que no “fundo são as sociedades que decretam a cultura e não as culturas que formam as sociedades” (Cunha, 1998,p.88) Para compreender a cultura de um povo, de um grupo, é preciso conhecer a sociedade onde ele vive e está. É na vida em sociedade que as diferenças entre culturas constituem a imensa diversidade que nos torna parte da humanidade, encontram sentido e ganham expressão como realidade. Vale portando dizer, que se não olharmos para as múltiplas dimensões de uma cultura, corremos um sério risco, o de “entronizar” a cultura vendo nela, a única explicação dos comportamentos dos outros e, então, concebê-la tão somente como um conjunto de normas, valores e tradições conjuntas, compactas, fechadas, harmoniosas e dentro dela, os homens como mero portadores ou instrumentos (Santamaría, l998) Cair-se-ia no perigo de instrumentalizá-la nos seus modos de fazer, mais imediatamente visiveis, sem dar conta das demais dimensões – do componente simbólico à mediação. Muitas vezes o risco torna-se maior ainda, quando um fazer na pesquisa, opera com traços culturais mascarando os contextos gerais de classe, ideologia, dominação, etc. As análises se enfraquecem, posto que deixam de considerar os enfrentamentos de homens e de culturas, através de uma ilusão discursiva e técnica. É preciso ver o mais geral e o mais particular e refletir sobre a interação cultural no plano social para interpretar pequenas realidades. Se este é o maior desafio para o antropólogo que tem no conceito de cultura a sua mais fundamental ferramenta, o que dizer quando migrando para outros campos de conhecimento, o conceito de cultura e o suporte teórico que o sustenta, torna-se adaptado e adaptável? Estabelecer o diálogo entre campos disciplinares diversos – a Antropologia e a Etnomatemática – e, encontrar o caminho de operacionalização de conceitos fundamentais de um campo a outro, é um desafio ao pesquisador e à produção do conhecimento que não pode ser negligenciada ou minimizada por quem quer que seja. Não se trata, porém de defender fronteiras rígidas entre campos de saber. Trata-se de se pôr em alerta, num campo e noutro, buscando possíveis formas de integração, de diálogo e de questionamento, que não permita a emergência de posições ingênuas de defesa pura e simples das diferenças, da singularidade do “outro”, os sujeitos de nossas pesquisas. As possibilidades de um trabalho profícuo, auspicioso têm em comum o fato de que ambas as disciplinas preocupam-se com o homem e o que o torna único – sua cultura. No entanto, o desafio está em articular valores universais da condição humana e as especificidades culturais enquanto dimensões de uma mesma realidade. Como diz Valente (l997), além de ser uma exigência teórica, tal articulação se impõem quando as realidades que se colocam como objeto de nosso olhar, são partes integrantes de processos democráticos que estão sendo desafiados pelo movimento global de pobreza, exclusão social e surgimento de particularismos absolutos. Para fazer avançar o pensamento é preciso considerar a indissociabilidade entre teoria e prática que exige de todos nós, estudiosos da realidade humana, a compreensão de nossas matrizes teóricas ou ainda, dos caminhos de sua construção quando não plenamente constituídos. No caso em debate, um mergulho profundo em um campo e noutro por todos interessados nesse diálogo, pode ser o melhor caminho para se alcançar a ambição comum: a alteridade do outro como um outro e um mesmo.


__________________________


BIBLIOGRAFIA
>> CUNHA, Manuela Carneiro da. Saberes locais, tramas identitárias e o sistema mundial na antropologia de Manuela Carneiro da Cunha. Entrevista a Kiko Ferrite. In: Revista SEXTA FEIRA, nº.03. São Paulo, Pletora. Set. de l998. pp.80 - 92


>> GUSMÃO, Neusa M. Mendes de Linguagem, cultura e alteridade: imagens dou outro. Edição Especial. Cadernos de Pesquisa, nº 107. São Paulo, Fundação Carlos Chagas; Campinas, Editores Associados, l999 pp. 41 - 78


>> LLUCH, Xavier. Interculturalismo. Uma leitura crítica da interculturalidade. In: Pluralidade Cultural. A diversidade na educação democrática. PÁTIO, Revista Pedagógica, ano 2, nº6 Agosto/Outubro l998 pp.:53 - 57


>> RODRIGUES, José Carlos. Cultura e Ser Humano: código e simbolismo. In: ROCHA, Everardo (Org.) Cultura & Imaginário: interpretação de filmes e pesquisa de idéias. Rio de Janeiro, Mauad, l998 pp. 37 – 50


>> SANTAMARIA, Enrique. Do conhecimento de próprios e estranhos (disquisições sociológicas). In: LARROSA, Jorge e LARA, Núria Pérez (Orgs.) Imagens do outro. Petrópolis, Vozes, l998 pp. 47 - 66


>> THOMAZ, Omar Ribeiro. A antropologia e o mundo contemporâneo: cultura e diversidade. In: SILVA, Aracy L. e GRUPIONI, Luís Donizeti Benzi (Orgs.) A temática indígena na escola. Novos subsídios para professores de 1º e 2º graus.Brasília, MEC/MARI/UNESCO, l995 pp. 425 -441


>> VALENTE, Ana Lúcia E. F. Por uma antropologia de alcance universal. In: GUSMÃO, Neusa M. Mendes de (Org.) Antropologia e educação. Interfaces do ensino e da pesquisa. CADERNOS CEDES 43. Campinas, SP., Papirus, l997 pp.58 - 74


>> VELHO, Gilberto e CASTRO, E.B. Viveiros de. O conceito de cultura e o estudo das sociedades complexas: uma perspectiva antropológica. In: ARTEFATO. Jornal de Cultura, Ano I, nº 1. Conselho Estadual de Cultura, Rio de Janeiro. Janeiro, l978.

sábado, 21 de junho de 2008

Talo de Flor, 2005

Esta fotografia acima é um dos trabalhos que mais me surpreenderam.
Colhi essa flor no jardim da casa dos meus pais, scaneei-a e trabalhei sua imagem no computador. Isso foi em 2005, foram 10 imagens no total, todas foram perdidas.

Priscila Pimentel

sexta-feira, 20 de junho de 2008

________________________________

Ei! Sorria... Mas não se esconda atrás desse sorriso...
Mostre aquilo que você é, sem medo...
Existem pessoas que sonham com o seu sorriso, assim como eu...
Viva! Tente! A vida não passa de uma tentativa...
Ei! Ame acima de tudo, ame a tudo e a todos...
Não feche os olhos para a sujeira do mundo, não ignore a fome...
Esqueça a bomba, mas antes, faça algo capaz de combatê-la, mesmo que se sinta incapaz...
Procure o que há de bom em tudo e todos...
Não faça dos defeitos uma distância, e sim, uma aproximação...
Aceite a vida, as pessoas, faça delas a sua razão de viver...
Entenda! Entenda as pessoas que pensam diferente de você, não as reprove.
Ei, olhe... Olhe a sua volta... Quantos amigos...
Você já tornou alguém feliz hoje? Ou fez alguém sofrer com o seu egoísmo?
Ei! Não corra, para que tanta pressa?C
orra apenas para dentro de você... S
onhe! Mas não prejudique ninguém e não transforme seu sonho em fuga...
Acredite! Espere! Sempre haverá uma saída, sempre brilhará uma estrela...
Chore! Lute! Faça aquilo que gosta, sinta o que há dentro de você...
Ei! Ouça! Escute o que as pessoas tem a dizer, é importante...
Suba... Faça dos obstáculos degraus para aquilo que você acha supremo...
Mas não se esqueça daqueles que não conseguem subir a escada da vida...
Nosso lugar ao sol virá!
A menos que fiquemos escondidos na sombra da covardia.
Ei! Descubra! Descubra aquilo que há de bom dentro de você...
Procure acima de tudo ser gente, eu também vou tentar...
( Autor Desconhecido )

quarta-feira, 18 de junho de 2008

A convenção e a globalização

Para compreender as razões pelas quais a Convenção para a Diversidade Cultural foi proposta é necessário voltar ao período pós-segunda guerra e acompanhar a construção de uma nova ordem econômica mundial, de um contexto político internacional e de seus impactos nos Estados Nacionais, nas relações diplomáticas e na cultura contemporânea. Com o fim da Segunda Guerra Mundial e início da Guerra Fria uma série de fenômenos auxilia na configuração de uma nova fase da globalização. Destacam-se o processo de descolonização, a conseqüente emergência de novos Estados Nacionais e a participação destes em recentes organismos multilaterais que têm a função de regular a nova ordem política e econômica criada em decorrência do Acordo Bretton Woods. Presencia-se ainda no período de 1945 a 1973, a hegemonia dos EUA como potência econômica e financeira e a expansão de empresas transnacionais (sobretudo norte-americanas) que estabelecem novos padrões de produção, acumulação e de divisão de trabalho. Essas empresas são então consideradas agentes fundamentais na internacionalização econômica na medida em que concentram a maioria das transações comerciais e financeiras. A partir da década de 1970 verificam-se mudanças na internacionalização da economia, com a crise do petróleo, a ruptura do padrão dólar, a supressão de restrições de câmbio, a implementação de um regime de acumulação flexível, bem como com a privatização de empresas e atividades públicas. “A resposta imediata foi o ressurgimento da inflação, que reapareceu como ameaça até mesmo às moedas mais estáveis, redução das margens de lucro, desemprego e crise no balanço do pagamento” (Kraychete, 2006: 415). O FMI e em seguida o Banco Mundial conduziram a implementação de reformas estruturais e políticas para estabilizar esta crise econômica, como também as definições do papel dos Estados Nacionais. Observa-se, assim, que um dos principais impactos desta nova ordem mundial, na qual Estados, empresas e organismos multilaterais estão em interação constante no que se refere à investimentos, promoção do desenvolvimento e à implementação da democracia, incide sobre a idéia de soberania. Segundo autores como Bertrand Badie, Marie-Claude Smouts e Robert Cox, os países mais desenvolvidos construíram um sistema multilateral que atende sobremaneira suas necessidades internas e que cria nos países pobres ou jovens soberanias fictícias. Em paralelo a isto, há uma “banalização crescente do ato de invasão da soberania do outro - o apoderar-se da vida política interna do vizinho para fins estratégicos próprios torna-se uma prática quase corrente” (Badie, 2000: 144-145).A falência dos Estados [mais jovens, mais pobres e menos dotados] (…) conduz também a uma apropriação parcial da sua soberania pelas organizações internacionais, especialmente aquelas especializadas no financiamento multilateral do seu desenvolvimento. Depois de ter elogiado, com a vaga de descolonização, os méritos do desenvolvimentalismo e do Estado, o Banco Mundial apregoou sucessivamente o recuo da ação publica, a diminuição sensível do aparelho das burocracias, e depois as virtudes da good governance que se assemelha de maneira chocante a prescrição ativa de um ideal liberal e pluralista próprio da cultura americana. Recomenda-se agora um Estado apresentado como um suporte institucional, garantindo o respeito da lei e da ordem, protegendo a propriedade privada e encorajando assim a produção e o investimento. (Badie, 2000: 139-140) Nesta conjuntura as nações não são as únicas instâncias de elaboração e determinação das medidas políticas voltadas para seu próprio território. O global e o local se combinam em um novo processo, indicado por alguns estudiosos como glocalização, no qual esses termos não estão “nem [em] uma justa ou sobreposição de territorialidades em escalas distintas (o global e o local), nem [em] uma imposição unilateral de eventos que ocorrem em uma escala sobre os de outra (o global sobre o local)” (Haesbaert, 2006: 347). Este “local” não deve, naturalmente, ser confundido com velhas identidades, firmemente enraizadas em localidades bem delimitadas. Em vez disso, ele atua no interior da lógica da globalização. Entretanto, parece improvável que a globalização vá simplesmente destruir as identidades nacionais. É mais provável que ela vá produzir, simultaneamente, novas identificações “globais” e novas identificações “locais”. (Hall, 2005: 78) Um dos pressupostos teóricos acionados no debate sobre a Convenção é a ambigüidade da globalização em ser, ao mesmo tempo, homogeneizadora, na medida em que tende a uniformizar mercados, padrões ou valores culturais, e heterogeneizadora, quando põe em contato diferentes culturas ou ainda quando radicaliza as diferenças. O que se observa concretamente é a globalização de um aspecto de cultura local que se desenvolve a partir de um certo localismo e ganha mundo. O particularismo de uma cultura é aceito e consumido por outras culturas passando a compor um aspecto da cultura popular global, sendo, por sua vez, moldado e influenciado por ela. “Reprocessamentos” e apropriações vão enriquecendo as culturas locais e transformando as identidades individuais e coletivas. Este processo, no entanto, não é democrático e muito menos simétrico no sentido de o poder econômico é na maior parte das vezes determinante na moldagem dessa cultura popular global (Alvarez, 2006: 24).


Giuliana Kauark em Notícias
Publicado em 31/05/2008

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Ensaios p/b na Ribeira


O local escolhido para a realização dessas fotos de barcos foi o bairro da Ribeira na cidade de Salvador-BA, a parte da orla, agora revitalizada e moderna, sempre considerada um dos locais mais charmosos e boêmios de Salvador.

Também conhecida como “Praia da Penha”, o nome Ribeira é uma expressão portuguesa que quer dizer “Ancoradouro para reparação de naus”.

A Praia da Ribeira é localizada na Cidade Baixa,muito procurada por turistas e pelos próprios baianos, ela é banhada pela Baía de Todos os Santos, o mar é propício para banho em todos os períodos da maré, fica distante 13km ao sul do centro da cidade, proporciona uma bela vista de suas ilhas e casarões antigos, um cenário bucólico e cheio de poesia de outrora. O local também é bastante procurado por velejadores, sua enseada é um espelho d’água utilizada como local de treinamentos e competições de esportes náuticos e onde está localizada a mais antiga raia de remo do Brasil. As facilidades portuárias da Ribeira levaram o lugar a ser ocupado inicialmente por aldeias de pescadores, que contavam com a tranqüilidade das águas para o abrigo das embarcações. No início do século XX, a enseada também serviu como hidroporto para receber as primeiras aeronaves com destino a Salvador. Hoje a antiga estação de passageiros deste hidroporto transformou-se em um restaurante à beira mar. Em frente á praia, separado pela Rua da Penha, encontra-se o conjunto arquitetônico formado pelo Palácio de Verão do Arcebispo e a Igreja de Nossa Senhora da Penha.

A área é hoje um movimentado centro de lazer noturno com bares e restaurantes de cozinha típica e regional, conta com infra-estrutura receptiva para os soteropolitanos e turistas.
Priscila Pimentel

quinta-feira, 5 de junho de 2008

"Ensaios de Barcos", foto p/b


A fotografia é uma técnica de gravação por meios mecânicos, químicos ou digitais, de uma imagem numa camada de material sensível à exposição luminosa.

A fotografia nasceu em preto e branco no início do século XIX, desde as primeiras formas de fotografia que se popularizaram, como o daguerroétipo, aproximadamente na década de 1830,a te aos filmes preto e branco atuais, houve muita evolução técnica, e diminuição dos custos. Os filmes atuais têm uma grande gama de tonalidade, superior mesmo aos coloridos, resultando em fotos muito ricas em detalhes. Por isso as fotos feitas com filmes OB são superiores as fotos coloridas convertidas em PB, e se destacam pela riqueza de passagem de tons.

Para a realização dessa fotografia foi utilizada máquina analógica, papel Kodak, Revelador D76, Interruptor, Fixador, Máxina de Ampliação, placa de marcação e aspiral para enrolar o filme...
Priscila Pimentel
_____________________________________________

terça-feira, 3 de junho de 2008

Guerra Hormonal (por RB'K)


Tomo a liberdade de postar um poema belíssimo de autoria da minha amiga, a também artista plástica RB’K.
Das minhas entranhas
escorre um sangue quente.
Por minhas entranhas
escorrega o salário do desejo ardente.
Em minhas entranhas
enfie seu cedro imponente!
______________________________________________
______________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________