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quarta-feira, 13 de julho de 2011

sábado, 9 de julho de 2011

Diário de Bordo

Teatro de Formas Animadas

Construção de Boneco Cênico


Essa postagem é sobre Boneco de Papietagem, mais trabalhado em seu processo, ele exigiu um tempo maior para o preparo de sua massa e aguardo das etapas de secagem. Primeiramente, foi utilizado um suporte de madeira cilíndrico de 30cm de altura e base quadrada de aproximadamente 20cm de lado que serviu de apoio para a construção da cabeça do boneco.


O processo completo durou cerca de pouco mais de 1 mês. No primeiro dia, foi feita a “trouxa” recheada com jornal cortado que foi presa com fita adesiva no mastro do suporte; Na semana seguinte dei início ao processo de papietagem com tiras de jornal cortadas a amão; Na terceira semana comecei a preparar a massa de papel machê com papel higiênico que levou um tempo maior e se extendeu para a aula seguinte; Após toda adesão do papel tormando a cabeça, comecei a parte menos coletiva e mais individual do processo: a caracterização do boneco.
Para a caracterização do boneco, em especial, fabriquei mais um pouco de massa e adicionei ao rosto criando um personagem bastante escrachado com nariz avantajado, sobrancelhas bastante erguidas, orelhas de abano, queixo fino e pontudo, maxilar quadrado e largo, olhos arredondados e grandes... Importante salientar que nesse processo, contrariando as orientações da professora Sônia, foi passada uma lixa d’água e uma lixa de manicule por toda a face e pescoço do boneco a fim de diminuir as impurezas e texturas caroçudas presentes na papietagem, após a lixa, um foi aplicado ao boneco um tom de pele clara.
A partir desse ponto, a finalização do boneco se deu de forma rápida pois haviam elementos curiosos disponíveis para serem incremenntados:
- Para o cabelo, foi utilizado uma corda de “fru-fru” na cor preta aficcionada com cola branca disposta por toda a superfície delimitada para o cabelo, a corda foi presa cuidadosamente a partir do centro e seguindo sempre em sentido amplo e circular;
- As sobrancelhas foram construídas com pedaços de pluma que se soltaram da corda de “fru-fru” do cabelo, tais pedaços foram fixados uns aos outros com cola branca e organizados nos volumes de massa que delimitavam as sombrancelhas;
- para uma caracterização maior, foi preso a uma das orelhas um anel de uns 19mm de diâmetro, tal prisão se deu através de um resto de massa durepox;
- Para os dentes, foi utilizada tinta látex na cor branca;

- Por fim, foi utilizada maquiagem humana para uma maior humanização do personagem, como: lápis de olho para os detalhes da pupila e indícios de sombra nas pálpebras; Pó compacto num tom de pele um pouco mais escuro que o tom de pele do boneco para sombrear as rugas que formam a expressão do sorriso.

Para a confecção das mãos, foram utilizados restos de arame para a construção de um esqueleto este que foi revestido com borracha EVA, colada com cola de sapateiro e posteriormente pintada com a mesma tinta látex utilizada para o tingimento do rosto do boneco.
Por fim, sua roupa foi toda costurada com resto de tecido acomodado todo em cima de uma base feita de borracha EVA presa ao pescoço do boneco para uma melhor sustentação da mão.

Importante relatar também que posteriormente, após a conclusão do boneco, foram adicionados pedaços de espuma no interior da cabeça do boneco com a finalidade de melhor acomodar o dedo e evitar que o mesmo fique solto impedindo a firmeza dos movimentos do boneco.
Boneco finalizado

sexta-feira, 8 de julho de 2011

TEATRO: Elemento Cênico



Guarda-Chuva customizado para a Mostra Cênica da turma do módulo III do Curso de Artes Cênicas (Licenciatura em Teatro) – UFBA.
Aqui, um gaurda-chuva comum foi utilizado como elemento cênico, sua cobertura em gomos foi cortada com lâmina de estilete e o mesmo foi afixado numa vara de luz à alguns centímetros de distância do refletor criando assim uma iluminação com sombras em cima de uma poltrona e um criado-mudo com um gramofone.


"[...] adaptar minha deficiente visão míope e estigmata a notar uma única formiga de poucos milímetros de cumprimento sob um Sol forte de início da tarde, um inseto que aparentemente mostrava-se desorientado percorrendo rapidamente um grande trajeto e sempre em círculos ao redor de uma pequena fruta caída da árvore e já em estado avançado de decomposição. Após uns 2 ou 3 minutos na atividade, a formiga diminuiu sua energia, mudou a ação e passou a diligenciar uma pequena folha chegando próximo a outras formigas que percorriam em fila indiana em sentido a um estreito buraco no chão, alguns minutos se passaram e o objeto em estudo nada fez além de acomodar a pequena folha ao seu lado e por lá ficar ao redor como se estivesse pastorando.

Guarda-chuva, fotografia e texto: Priscila Pimentel

quinta-feira, 7 de julho de 2011

TEXTO: A importância do registro e publicação de processos criativos

Por Jones Mota



Convidado para escrever para o Ratoeira Cênica sobre teatro-educação, busquei incessantemente por um tema bacana para ‘estrear’ esta coluna. Pedi muito por um insight fantástico, inovador, criativo… Ah, Cláudia, senta lá! Tantas questões polêmicas em baixo do meu nariz implorando por um pouco de atenção e eu procurando novidades!?

Assim o insight surgiu, nada inovador, porém, importante. Quando li a pergunta “como poderíamos não registrar tudo isso?” na descrição do Ratoeira Cênica, a lâmpada das ideias se acendeu, e imediatamente a pergunta norteadora brotou: os artistas do teatro baiano entendem a importância do registro e publicação dos seus processos criativos?

Ora, até Bin Laden registrava seus planos e conquistas terroristas em seu caderninho de anotações (é o que a mídia diz). Não é possível que nós, artistas, dotados de uma sensibilidade peculiar (tá, nem todos), não tenhamos nossos meios de registro.

Lembro que quando criança, ao escrever poesias em um caderno, sonhava que o mesmo seria encontrado e minhas poesias virariam livro. Não sei se esse desejo também permeava os sonhos de Madame Clessi (personagem de Vestido de Noiva de Nelson Rodrigues), mas aconteceu: depois de morta, seu diário foi encontrado e os registros presentes nele permitiram que Alaíde (personagem principal) viajasse legal nas histórias quentes da meretriz, tornando o enredo ainda mais entretecido.

Claro que se fosse nossa contemporânea, Madame Clessi poderia optar, dentre as novas mídias, qual escolheria: registrar sua vida em fotos, vídeos, áudios, ou em um blog. Nossa! Será que Bruna Surfistinha é a Clessi do século XXI? Ao menos esperta ela é. Mesmo com uma profissão diferente da nossa (o teste do sofá não é parâmetro para comparações), conseguiu registrar seus processos (criativos?) e os publicou. Bem ou mal, entrou para história.

História. Essa sim é importante. O registro e a publicação do processo artístico não devem servir apenas como base para o planejamento e organização dos integrantes. Deve ser tratado com importância histórica. Já dizia Alberto P. Tassinari “A história nos deixa presentes.” Assim devemos encarar os registros, são presentes para os futuros pesquisadores das artes, devemos zelar por eles e publicá-los. O registro serve para o professor, para o aluno-ator, para o ator profissional e amador, para o diretor-pesquisador, para o encenador, para o cenógrafo e todos os técnicos que estudam e fazem teatro. Cabem aqui elogios ao Teatro Saladistar, ao CRIA, ao Núcleo de Arte e Teatro de Lages, ao Bando de Teatro OLODUM, a Adelice Souza, Adriana Amorim, Amanda Maia, Hamilton Lima, Priscila Pimentel, entre outros grupos e artistas baianos que registram e publicam seus processos.

Registrar para ter, publicar para saber. De que nos servem cadernos jogados às traças? Será que Martim Gonçalves tinha um caderno onde registrava seus processos artísticos como encenador na saudosa Escola de Teatro da UFBA dos anos 60? Será que Nilda Spencer tinha cadernos com anotações sobre suas atuações?

Se existem, ainda não foram publicados.

Em seu livro sobre o moderno teatro na Bahia, Raimundo Matos Leão conta que a pesquisa foi realizada em duas etapas: a primeira de caráter documental, nos jornais da época; e a segunda através de entrevistas com artistas que presenciaram o processo de modernização do teatro na Bahia. Um deles, claro, chama-se Harildo Déda.

Percebe-se que a maioria dos registros que se tem sobre a história do teatro baiano está grafada nos jornais, que para mim é fonte segura de data, não de conteúdo. Prova disso é a quantidade de erros jornalísticos presenciados cotidianamente, além da crítica teatral, que na Bahia é quase inexistente.

Cada grupo ou artista que torna o registro parte do seu fazer teatral acaba por criar um método próprio, enraizado nos seus princípios poéticos e/ou estéticos. No Núcleo Viansatã de Investigação Cênica, por exemplo, as ferramentas metodológicas utilizadas são: blog com postagens semanais de todos os participantes do processo; grimório dos atuantes (cadernos com escritos pessoais sobre o processo); grimório da encenadora (blog e caderno com suas impressões e reflexões); ata de todos os encontros, fotografias, áudios e vídeos.

Além do Viansatã, será que outros artistas registram seus processos criativos? Como? Trago a resposta de Adelice Souza, que é exemplo perfeito, já que além de diretora teatral e dramaturga, é contista: “Sim, registro. No papel, nos diversos cadernos de direção que tenho por perto de mim, perto dos meus assistentes (…). Mas, principalmente, registro no coração, como flor ou punhal”.

Entendo que o registro pode ser tanto crítico/informativo, quanto poético. No crítico/informativo, é interessante que o registro seja imediato, para assegurar a qualidade dos detalhes e a momentaneidade das informações. No poético, as experiências são registradas “no coração”, podendo transformar-se em contos, poesias, etc. O registro serve para o futuro.

Neste mundo de referências múltiplas, não há porque esconder nossos aprendizados. Sabemos que é dividindo que se multiplica, vamos tornar públicas as nossas experiências. Que o teatro seja como a peste sonhada por Artaud, se alastrando em epidemia.




terça-feira, 5 de julho de 2011

sábado, 2 de julho de 2011

CENOGRAFIA: Elemento cênico

A chuva rasgou meus pesadelos, agora os sonhos fluem...

Tenho tristezas ntensas, mas as alegriama campam em minhas janelas. Algumas memórias são só minhas... Retalhos que tomo de agoísmo e preservo meus respirar lúdico.

(Priscila Pimentel)


sexta-feira, 1 de julho de 2011

Diário de Bordo

TEATRO DE FORMAS ANIMADAS


Boneco Cênico










A confecção desse boneco contou com a liberdade de expressão, a criatividade foi o signo marcante dessa atividade que se fundava na livre escolha dos materiais, tamanhos, formas, texturas, cores, cheiros, dimensões, pesos, intensidades...
Utilizando restos de espumas de cenografias anteriores, dei início ao meu objeto. A idéia agora era exercitar o respeito pelas formas já disposta no material, portanto pouco foi cortado e colado e muito foi reaproveitado. Esse foi também um exercício de não produzir lixo.



A espuma utilizada nesse processo é de embalagem de monitor e demais eletrodomésticos, elas já possuem dobras e formas simples que remetem à pés e mãos, joelhos e cotovelos, estes que por sua vez não são colados e sim cortados de maneira que se adaptem ao eletrodoméstico dentro de sua caixa.

O personagem foi rapidamente absorvido pelas formas da espuma, creio que foi a espuma quem primeiro deu a cara do personagem.

Basicamente, a embalagem do monitor foi cortada ao meio já dando a sugestão das pernas e dos braços, estes que por sua vez foram presos a uma estrutura de espuma utilizando um pedaço de arame atravessado por dentro. O mesmo foi feito com os braços. Somente a cabeça foi colada pois não havia uma sustentação segura para o seu manuseio, entretanto a cabeça também precisou de um pedaço de arame por dentro e atravessado para reforçar a cola de sapateiro que de início apresentava dificuldades para fixar o objeto por se tratar de uma cola que já estava envelhecida.




O processo para a confecção desse boneco durou cerca de 1 dia somente.



Para a decoração do personagem, foi utilizado uma corda de “fru-fru” na cor rosa que foi trançada sobre um pedaço de arame e colada em um único sendo seguindo as costas do boneco, ao chegar ao “bumbum” d boneco, o arame seguiu solto juntamente com a corda de “fru-fru” formando um rabo de fácil manuseio e que também pode ser utilizado como mastro para o manuseio do objeto.



Importante lembrar que nesse processo não houve a necessidade de definir olho, boca, nariz e orelhas no boneco por se tratar de uma forma bastante expressiva e que sugere tais elementos.
Este boneco possui cerca de 60cm de altura e 25cm de largura com os braços fecahados.



Priscila Pimentel