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terça-feira, 5 de maio de 2009

Arte é Construção

O texto abaixo foi escrito por mim, se trata do resumo do capítulo 1 do livro "Reflexões sobre a arte" de Alfredo Bosi- São Paulo: Ática, 1989; p.13 a 22.
A filosofia ao longo de sua história nos apresentou as várias mentes, gênios, pensadores, pessoas que refletiam o tridimensional como elemento de infinitas possibilidades, dentre eles, o mestre Platão que definia todo esse processo de reflexão como uma grande construção de uma linguagem identificada como “arte”, linguagem essa que poderia ter diversas formas físicas ou sugeri-las através de sensações pessoais reagidas a estímulos musicais, teatrais, poéticos,... Pois todos esses exemplos seriam resultados de esforços físicos e mentais, trabalhos articulados que antecedem as técnicas. Ao afirmar que “Platão viu luminosamente a conexão que existe entre as práticas ou técnicas e a metamorfose da realidade” ele deixa claro aquilo que seria o conceito da atividade de produzir uma linguagem artística, recusada pela filosofia moderna que admite a arte como uma apropriação de linguagens já existentes que sofrem intervenções, como uma coletânea de materiais disponíveis no espaço que tomam para si a finalidade de obter um novo significado, com a função de instigar o pensamento a novas idéias, o que nos faz entrar num novo questionamento: o tecnopoético, a atividade braçal e matemática do homem de construir de maneira palpável as suas tendências lúdicas, “Mas a natureza, obra de um jogo sobre-humano, transcende os limites da razão. O que não acontece com o poema, cujo efeito de beleza nasce da unidade profunda das representações à qual não está alheio o trabalho da inteligência”. Esse novo significado que qualifica a arte é defendido por pensadores como Levi-Strauss, então voltamos ao início: a arte é construção, é transformação, metamorfose constante, e a tudo isso está fundido técnicas científicas pois trata-se da realidade interpretada a partir de uma única pessoa que a transformou em matéria agora chamada de co-realidade pois “remete a operações ordenadoras de signos”, signos que são elaborados, padronizados e enraizados por povos distintos e assim reproduzidos constantemente ao longo de sua história sempre com diferentes versões a geradas por técnicas, contudo, técnica é uma atividade que por vezes desvia a livre expressão do objeto de seguir suas formas, sentidos, texturas, sons, tons,... E então, essa mesma atividade confunde-se: o processo se trata de um conjunto de regras a serem sempre seguidas, ou o processo se deve a um acompanhamento científico sobre a natureza do objeto?! O objeto por si como elemento da natureza trás a sua própria história, e o nosso apropriamento dele para interferir deve respeitar essa história, sempre lembrando que o artista é um pensador que introduz seu conhecimento como ensinamento primeiramente e não como vivência.
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