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quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Capítulo 00:37

Geralmente não escrevo memórias minhas, sentimentos e reflexões pessoais, histórias fantásticas que sonhei noite passada ou que gostaria de ter sonhado. Só por hoje não quero ser o corvo do cortejo. Nos últimos dois meses construí palavras com blocos de gelo, inventei o alfabeto, trabalho próprio dos tolos, e quem sou eu?! Olha eu dando um voou rasante no papel.
- Ouve isso?!
- Não! O que é?!
- São batidas... Parece pulsação...
- Só ouço o vento.
- Imagine ele batendo nas suas paredes... Feche o olho... Vê?!
- Não!
...
- Sabe que queria morrer né?! Sair desse corpo, tirar umas férias desse plano só para poder entrar na casa de todo mundo e colher histórias de quatro paredes, reescrevê-las, dar a ênfase ao irônico e lírico. As moscas morrem de verdade, desaparecem com o lixo varrido pra varanda.
- Penso que você não voltaria... Sei que iria se acomodar nesse plano, de casa em casa, até fingir que esqueceu a primeira.
- E por que eu faria isso?
- Sua pulsação iria incomodar todas as casas, o mesmo ritmo sempre, e sempre.
- Um cortejo são várias casas, né?!
- Não sei... Você quer que seja? ... Não varra minhas penas para a varanda, guarde ao menos uma para por embaixo de seu travesseiro hoje a noite antes de sentar no chão para ler e imaginar o que gostaria de estar sonhando.


Texto Priscila Pimentel
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