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terça-feira, 16 de setembro de 2008

Ciclo de palestras no MAM sobre "Arte depois do Modernismo”


No último dia 10, o auditório do Museu de Arte Moderna da Bahia foi palco do ciclo de debates sobre “Arte depois do Modernismo”, entre os palestrantes estavam Alberto Tassinari e Taísa Palhares, ambos com um currículum interessante e trazendo um referencial diferente: um artista não muito comentado no cenário geral das artes visuais, Rodrigo Andrade; Contudo, ambas as apresentações ficaram a desejar, embora eles assinem um ensaio onde analisam a obra desse artista.

Tassinari, que acompanha a trajetória do artista, comentou a respeito de suas influências neo-expressionistas, sua participação no grupo Casa 7 e na Geração 80, que segundo ele foi um período de pessimismo da criação da arte, a partir daqui, citando as próprias palavras dele “a arte não é mais necessária, ela é possível!”. Esse é um ponto delicado pois gera bastante polêmica e deve ser cuidadosamente debatido pois toca em eixos de expressões como as performances, as instalações e as artes efêmeras, expressões “agressivas” para interpretações, expressões muito particulares em sua formação. O crítico ainda citou a respeito da morte do homem, que é a morte da filosofia, o autor não morreu, mas sim a sua obra que ganhou um maior espaço, a sua autoridade como criador foi enfraquecida diante da obra. Dando continuidade ao ciclo de debates, a curadora do MAM-São Paulo Taísa Palhares, deu continuidade as palavras de Tassinari e reforçou a apresentação se fixando no trabalho “Projeto Parede”, promovido pelo MAM – São Paulo (2000), onde Rodrigo Andrade realizou estudos onde ele comparou as possibilidades de dar uma dimensão ambiental à sua pintura intervindo temporariamente no corredor entre o saguão de entrada do museu e a sala principal de exposição com telas de dimensões consideráveis. Com uma abordagem desprovida de maiores argumentos, talvez enfraquecida pela ausência de conteúdos mais sucintos, Palhares elogiou bastante o artista, que não chegou a comover o auditório. Em resumo, a crítica analisou a desde a década de 60 que se falava da morte da pintura, e o Rodrigo Andrade surge para mostrar o contrário com o “Projeto Parede” à convite do MAM-SP, ele que é da geração de 80, um período com várias referências da pintura de massa como os quadrinhos. Além desses trabalhos apresentados nesse projeto, Palhares trouxe imagens de outros estudos em suportes curiosos como o papel crafiti onde Andrade reforça sua pesquisa referente à elementos isolados no espaço, a questão da cor, cores radiantes, um jogo entre abstrato e figuração.

Esse ciclo de debates sobre “Arte depois do Modernismo” ficou a desejar, e impressionou pela relevância dada à referências pouco embasadas. Ainda em seu trabalho “Paredes”, Andrade realizou interferências onde ele levou trabalhos para as paredes de um bar popular com a intenção de reafirmar o vai e vem da arte, criando uma relação profunda com o cotidiano, e essa arte se desfaz com o tempo absorvendo toda a gordura produzida no ambiente e pelas pessoas que são atraídas a tocarem na obra, esta que logo foi perdida, desgastada.

texto de Priscila Pimentel

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